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Um dos maiores obstáculos enfrentados por artistas, ou aspirantes a tal, que buscam algum reconhecimento, é a falta de espaços expositivos. Não que eles não existam, mas é consenso geral de que são de difícil acesso a iniciantes que não têm experiência e desejam começar a mostrar seus trabalhos ao grande público. Contudo, muitos artistas —iniciantes ou não—, estão descobrindo a web como um lugar ilimitado para suas manifestações, e uma alternativa a essa ausência de espaços físicos. Mas muita gente já não faz uso deste vasto recurso? Certamente que sim. Porém não falo de páginas pessoais, mas sim das famosas comunidades virtuais! É, meus amigos! Bem-vindos ao mundo da Web 2.0 (sendo vocês do time que aceita ou não essa nomenclatura, a usarei só para situá-los melhor no assunto). Mesmo que não saibam a que este termo se refere, provavelmente usam, ou já ouviram falar, de serviços como Flickr, Blogger, Wikipedia, Google, entre outros. Trata-se de um punhado de sites onde é possível publicar textos, fotos, vídeos e até editar os mesmos, sem a necessidade de algum conhecimento prévio de programação. Estamos em contato, hoje em dia, com aplicativos que não se encontram mais nas máquinas dos usuários, e sim virtualmente, podendo ser acessados de qualquer lugar onde exista um computador com conexão à Internet. Funcionam como uma grande plataforma de colaboração descentralizada, e muita gente está se aproveitando deste tipo de serviço para montar sua galeria on-line, que tem por característica o fácil acesso tanto do usuário quanto do público. Este, por sua vez, pode opinar, dar notas e, em alguns casos, até comprar a obra.
Uma rápida pesquisa na Internet, e você logo descobrirá essas páginas das quais falo. Procure por deviantART, por exemplo, um dos melhores serviços/comunidades artísticas de que tenho notícia, no ar desde agosto de 2000. Há outras menos famosas, como a Storm-Artists, mas que não são tão bem organizadas, nem tem o mesmo fluxo de visitas e uploads do deviantART. Aqui as obras são de fácil localização, seja dentro de sua própria galeria ou através do site inteiro, pois dispõem de categorias e subcategorias (na qual o usuário encaixa o seu trabalho ao fazer o upload da obra) e as famosas palavras-chave, ou tags. A troca de informações e experiências entre diversos artistas ao redor do mundo, através de comentários e grupos de discussão, possibilita ao usuário receber um retorno rápido do seu trabalho.
Alguns artistas — fotógrafos em sua maioria — decidiram-se pelo Flickr como um "local" para exposição de suas fotos, pela sua grande popularidade e possibilidade de armazenamento de imagens com ótima qualidade. Porém o espaço é restrito a apenas 200 imagens por usuário (caso este opte por não fazer uma assinatura paga).
Para aqueles que consideram que somente expor é muito pouco, há ainda alguns sites que oferecem prêmios como a famosa Saatchi Gallery de Londres, que desde o ano passado resolveu abrir espaço em seu domínio para artistas novatos, em uma exposição permanente. Além de ter criado também um espaço virtual exclusivo para que estudantes de arte estabeleçam suas galerias e conversem com outros estudantes ao redor do mundo.
No Brasil contamos com a Camiseteria.com, que não se encaixa tanto no conceito de "galeria", mas encoraja qualquer artista a criar estampas para camisetas, onde as mais votadas serão postas a venda.
Enfim, esta é uma maneira rápida e fácil de ter acesso a outros artistas com opiniões concomitantes às suas, além da possibilidade de atingir um grande público: novos consumidores e apreciadores de arte, que o fazem através da internet.
Em épocas de Web 2.0, de páginas feitas por cooperação e muita facilidade de criação, nada mais justo do que fazer uso dessas novas tecnologias para suprir a escassez de espaços dedicados à arte. É, principalmente, uma forma de ir adiante e atravessar fronteiras caso o mercado à sua volta não lhe forneça os resultados esperados. Se na Web 2.0 versões finais de sites/serviços/softwares podem nunca existir, o mesmo deve acontecer com o artista, que deve estar em constante evolução. E, para isso, nada melhor do que estar atento às transformações e opiniões à sua volta.
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