| |
No ano em que o Instituto de Artes comemora seu centenário, Porto Alegre será brindada com a inauguração de um dos museus mais modernos da América Latina, estando a partir de março de 2008, aberto a visitação pública.
A Fundação Iberê Camargo está construindo sua nova sede na Av. Padre Cacique, nº 2000. Foi projetada pelo Arquiteto Álvaro Siza, um português que veio realmente nos ensinar a fazer museus, sendo esta a primeira edificação sua no Brasil. O projeto recebeu o Leão de Ouro na 8ª Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2002, e já é um referencial arquitetônico.
Álvaro Siza buscou principalmente favorecer a relação direta entre o espectador e a obra de Iberê, através de espaços cuidadosamente explorados, salientando que o projeto é ambientalmente responsável, possuindo uma pequena estação de esgoto e um baixo consumo de energia. As especificações técnicas do projeto estão de acordo com as normas internacionais mais rígidas de segurança para o acervo.
Dos pontos de vista conceitual e formal, o autor do projeto afirmou ter se inspirado no Museu Guggenheim de New York. A principal protagonista da planta é a rampa branca e contínua que percorre o edifício de cima a baixo, sendo parcialmente interna e parcialmente externa, criando um percurso dinâmico. Essa rampa não se destina à exposição, e sua função é de circulação entre as diversas salas, cujas formas e tamanhos são diferenciados e flexíveis.
A nova sede da Fundação Iberê Camargo contará com nove salas de exposição, distribuídas ao longo de três pavimentos, além de um grande espaço no primeiro andar, o que totaliza cerca de 1.300m², disponíveis para a mostra permanente. O Museu irá expor a obra de Iberê e de artistas do Brasil e do exterior, assim como desenvolver um amplo programa de ação no universo da arte moderna e contemporânea.
Além destes espaços, o projeto prevê uma cafeteria, uma loja, um centro de documentação e pesquisa, e um auditório com facilidades de cinema para 125 pessoas. Dois ateliês também estão previstos: um deles, ateliê de gravura e metal, deve expor os equipamentos de trabalho de Iberê, e o outro, ateliê múltiplo, será destinado a atividades diversas.
O prédio, que contará com uma área total de 8.250 m², incluindo um estacionamento com 100 vagas, está em um terreno recortado por uma escarpa, de frente para o Guaíba. Dispondo de tecnologia avançada para a sua execução, o projeto determina a utilização de um tipo especial de concreto, que maximiza a durabilidade e a beleza da construção.
Identificar, catalogar e difundir a obra de Iberê Camargo é uma das metas primordiais da fundação que leva o nome do artista, e este trabalho vem sendo desenvolvido desde outubro de 2000, com patrocínio de Gerdau e Petrobrás. O projeto de catalogação é minucioso e tenderá a crescer em informações, o que propiciará um maior número de discussões sobre a obra deste grande artista e vai gerar avanços nos conhecimentos em arte, em especial, sobre a arte brasileira.
Pois bem, teremos então a oportunidade de conviver com a primeira edificação totalmente elaborada e projetada para expor e discutir arte, e melhor ainda, a nossa arte.
Que assim seja!
Um brinde!
Museu Iberê Camargo, o elo concreto (branco) entre a arte moderna e a arte contemporânea.
|