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Imagine se Waltércio Caldas, Cildo Meireles, Tunga ou outros artistas hoje reconhecidos, ficavam, na juventude, reclamando da falta de condições para trabalhar, de professores não qualificados, ou mesmo da falta de lugares para expor. Claro que não! Ou talvez sim, mas nem por isso deixavam de produzir sua arte, estudar, pesquisar... Mas o que percebo atualmente no meio artístico, mais especificamente em nós, jovens artistas do Instituto de Artes, é muita reclamação e pouco trabalho.
Os nomes que citei são exemplos de artistas no sentido mais profundo da palavra. Foram os primeiros que me vieram à mente, mas assim como esses há tantos outros que eu poderia mencionar. São artistas que pesquisaram muito, a teoria e a prática, e desde cedo produziram muito. Assim conseguiram o destaque que hoje possuem no cenário artístico nacional, e pasmem, conseguiram sobreviver de arte.
Entendo que em muitos casos seja insegurança, medo de errar e ser reprimido pelos críticos (professores, colegas, etc). Mas para mim não justifica ficarmos parados reclamando, como se estivéssemos cheios de razão, ao invés de produzir e buscar nossos espaços. Afinal de contas, fazemos arte para quê? Para quem?
O que acaba acontecendo muito são casos de colegas que chegam ao fim do curso de artes sem um trabalho pessoal definido, sem identidade própria na sua arte. A cada semestre entram em conflito com o professor e/ou consigo mesmo, e nisso se enrolam por anos, sem buscar soluções, ou melhor, sem buscar problemas a serem solucionados.
Não vejo problemas em reclamar, pelo contrário, acho válido, desde que seja fundamentado. Devemos, sim, ser conscientes, com relação à universidade, professores, cenário das artes, etc. Mas porque não aliar essa consciência à prática artística, sem entrar no mérito de se é boa ou ruim? Só praticando podemos evoluir cada vez mais e daí, sim, com atitudes positivas, buscar nossos espaços na arte e principalmente, a satisfação pessoal.
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