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O artista plástico Luiz Felipe Martins de Oliveira, conhecido por Lipe, é o mais novo membro da comissão do Espaço Cultural do TRT, em Porto Alegre. Com 42 anos, artista autodidata, ele transmigra por várias áreas. Além de pintor ele também é cantor, compositor, violonista, autor de crônicas e produtor de vídeo. Vindo de uma família repleta de artistas e com formação incompleta em publicidade, ele gentilmente me concedeu a seguinte entrevista:
Quando foi que teve início sua trajetória em artes plásticas?
R.: Eu comecei com pastel seco em 1997. Eu tive um envolvimento bem grande com a música, fazia shows em bares à noite. Somente quando eu deixei de fazer tantas apresentações é que comecei a me envolver mais com a pintura e, em 2000, comecei a produzir meus primeiros quadros em acrílico sobre tela. De lá pra cá já produzi mais de 200 obras. Expus em vários espaços de bares na Cidade Baixa e Bonfim e duas vezes no espaço cultural do TRT, antes de fazer parte da comissão.
Como classifica a sua arte?
R.: Muitos a chamam de abstrata, eu considero mais como expressionista. Não tenho muita atração pelo realismo, embora saiba criar dessa forma. O que gosto é do movimento no quadro. Eu prefiro abrir janelas para outras dimensões, mergulhar no inconsciente e mexer com as pessoas. Tem gente que acha o que faço perturbador. Mas sei me adaptar ao gosto das outras pessoas quando recebo alguma encomenda, porém não abro mão do lado autoral e visceral.
Como você acompanha o que acontece no cenário das artes?
R.: Gosto de visitar o MARGS e o Santander, mas não vou em galeria. Acompanho bastante através de leituras sobre o assunto. Acho o espaço para arte muito restrito, embora perceba que tem aumentado o interesse por parte do grande público e de outros setores da sociedade.
Você já procurou algum espaço mais formal para a divulgação de seu trabalho?
R.: Não. Como artista, sinto que tenho maior facilidade de lidar com o que diz respeito à criação. Com coisas que dizem respeito ao mundo dos negócios, onde há burocracia, não me sinto muito apto. Por isso não procurei outros espaços. Acho que todo artista deveria ter um marchand (risos). Mas tenho divulgado meu trabalho na internet, passando e-mails para amigos com fotos das minhas pinturas e estes repassando para outros amigos.
Como é o seu processo de criação?
R.: Eu sempre produzo à noite. Chego em casa, coloco uma música, fico admirando o céu, e começo. Não acho que se deve ficar muito tempo divagando sobre o que fazer. Acho que o mais importante é começar. Depois de duas ou três pinceladas surge a idéia. Prefiro assim, ser espontâneo.
Para encerrar, tem algum artista que você admira, que sirva de inspiração?
R.: Gosto muito de Pollock. Foi ele quem mais me influenciou. Gosto também de Miró e Kandinsky.
Muito obrigada.
R.: Obrigado e boa sorte.
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